Teoria Musical Básica.
Para que
possamos iniciar nosso estudo, este método é apenas uma parte da imensa teoria
musical que serve para qualquer tipo de instrumento, ou seja, se você pretende
aprender a tocar algum tipo de instrumento (Teclado, Baixo, Guitarra, Violão,
Bateria é bateria também precisa de teoria, violino, instrumentos de sopro e
etc.) é importante que saiba o básico que será apresentado nas linhas a seguir.
O que é música?
A pergunta “o que é música”
tem sido alvo de discussão há décadas. Alguns autores defendem que música é a combinação de sons e silêncios de
uma maneira organizada. Explicando com um exemplo básico: Muitos aparelhos
emitem ruídos, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado
como música. Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos
classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma
maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som
de música.
Então, o que é música afinal?
Voltando ao início das aulas de música
na escolinha da tia Tetéia, definição de música é: A arte de expressar os
sentimentos através dos sons que de uma forma organizada em três estágios que
interagem entre si, e são eles:
Melodia - é a voz principal do som, é aquilo que
pode ser cantado.
Harmonia -
é uma sobreposição
de notas que servem de base para a melodia.
Cada acorde é uma sobreposição de várias notas, como veremos adiante em outros
tópicos. Por isso que os acordes fazem parte da harmonia.
Ritmo - é a marcação do tempo de uma música.
Assim como o relógio marca as horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música. Cada
um desses três assuntos precisa ser tratado à parte. Um conhecimento aprofundado
permite uma manipulação ilimitada de todos os recursos que a música fornece, e
é isso o que faz os “sons e silêncios” ficarem tão interessantes para nosso
ouvido.
Primeiramente temos que entender o que
estamos ouvindo, treinar o ouvido é importante para poder começar a assimilar o
que buscar nas diversas escalas que conhecemos ou que possamos conhecer no
futuro.
Estrutura das notas.
Sabemos que existem 7 notas musicais
principais, e são elas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si; nós a representamos por um
código que chamamos de cifras, então fica mais fácil de decorar seu significado
e identificar rapidamente em uma partitura.
A composição das cifras se resumem nas seguintes
estruturas:
Estrutura Padrão
|
Estrutura pelo Alfabeto
|
Dó - C
|
A – Lá
|
Ré – D
|
B – Si
|
Mi – E
|
C – Dó
|
Fá – F
|
D – Ré
|
Sol – G
|
E – Mi
|
Lá – A
|
F – Fá
|
Si – B
|
G – Sol
|
Nome da nota
|
Nome do acorde
|
||
Naturais
|
Sustenidos
|
Bemóis
|
|
Lá
|
A
|
A#
|
Ab
|
Si
|
B
|
B# ou C
|
Bb
|
Dó
|
C
|
C#
|
Cb ou B
|
Ré
|
D
|
D#
|
Db
|
Mi
|
E
|
E# ou F
|
Eb
|
Fá
|
F
|
F#
|
Fb ou E
|
Sol
|
G
|
G#
|
Gb
|
A estrutura padrão é um formato que
utilizamos na ordem comum das notas de dó a si, para muitos é uma boa estrutura
para decorar, porém tem pessoas que sentem mais dificuldades ao decorar essas
que parecem serem simples letras e notas, só que são importantes e o receio
acaba travando a compreensão do seu significado, então muitos acham o método de
utilizar o alfabeto como uma forma mais fácil de decorar.
Isto é apenas uma simbologia básica,
existem muitos outros simbolos que irei mostrar nessa lição que são
complementos e dão mais significados às notas e ênfase ao que é proposto na
música, esses simbolos assim como as cifras são importantes na música, pois
passam mais informações do que será feito no instrumento e sua compreensão é
vital para que possa ter sucesso na execução da atividade.
Abaixo tem uma lista com alguns dos
simbolos e seus significados:
Simbolo
|
Nome
|
Significado
|
M
|
Maior
|
Indica que a nota ou acorde é maior
|
m
|
Menor
|
Indica que a nota ou acorde é menor
|
#
|
Sustenido
|
utilizado na escala cromática ascendente
|
b
|
Bemol
|
utilizado na escala cromática descendente
|
°
|
Diminuta
|
formado de um intervalo de 3a menor, 5a diminuta e 7a diminuta
|
Ø
|
Meio Diminuto
|
formado de um intervalo de 3ª menor, 5ª diminuta e 7ª menor
|
+
|
Aumentada
|
formado pela 3ª maior e 5 aumentada
(meio tom acima da quinta)
|
4
|
Com quarta
|
acorde formado com a quarta nota em
relação à tônica
|
6
|
Com Sexta
|
acorde formado com a sexta nota em
relação à tônica
|
7
|
Com Sétima
|
acorde formado com a sétima nota em
relação à tônica
|
9
|
Com Nona
|
acorde formado com a nona nota em
relação à tônica
|
13
|
Com Décima Terceira
|
acorde formado com a 13ª nota ou
sexta oitavada em relação à tônica
|
Sabendo destes simbolos e seus
respectivos significados, entendemos que as sete principais notas musicais se
transformam e suas variações compõe mais notas formando muitas escalas, dentre
elas a escala primária e básica chamada escala
cromática, sua formação segue-se desta forma:
Escala Ascendente – C, C#, D, D#, E,
F, F#, G, G#, A, A#, B, C
Escala Descendente – C, B, Bb, A, Ab,
G, Gb, F, E, Eb, D, Db, C
Você com certeza irá se perguntar,
“porque não tem E#, B#, Cb e Fb”, estas notas existem na teoria, pois o
conceito de tons e semi tons dão esta notoriedade a elas. Vejamos a nota E# e
comparando com a escala cromática ela se torna a nota F, assim como B# se torna
C, Cb se torna B e Fb se torna E, pois entre estas notas encontra-se uma
variação na tonalidade.
Abaixo mostrarei a estrutura dos tons
que facilitará a compreensão:
Escala diatônica – Composta por 5 tons
e 2 semi tons.
Iº – IIº – IIIº ^ IVº
– Vº – VIº – VIIº ^ VIIIº
Exemplo:
C – D – E ^ F – G – A – B ^ C
D – E – F# ^ G – A – B – C# ^ D
E – F# - G# ^ A – B – C# - D# ^ E
...
Legenda:
xº = Graus
- = Tom
^ = Semi tom
Estrutura dos acordes
É composta por duas ou mais notas
formando um som harmônico que de acordo com a melodia e o ritmo utilizado forma
um som agradável que conhecemos como música. Quando o acorde é formado por três
notas chamamos de tríade, e seu nome é definido pela nota tônica, ou seja, é
baseada na notas fundamentais conhecidas como (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si).
Sua composição é feita da seguinte
forma:
·
Nota
fundamental ou tônica – é a primeira nota do acorde dando nome ao mesmo.
·
Terça
Maior ou menor – responsável por dar a tonalidade do acorde.
·
Quinta
justa ou diminuta – Consolida a formação do acorde informando se ele é justo,
diminuo ou aumentado.
Nome dos graus da escala
Ordem
|
Grau
|
Nome
|
1º
|
I
|
Tônica
|
2º
|
II
|
Supertônica
|
3º
|
III
|
Mediante
|
4º
|
IV
|
Subdominante
|
5º
|
V
|
Dominante
|
6º
|
VI
|
Submediante / Superdominante / Sobredominante
|
7º
|
VII
|
Subtônica / Sensível
|
Tríades e Tétrades
Como já vimos, a tríade é a formação
básica do acorde composto por 1º, 3º e 5º grau da escala cromática. Ao utilizar
uma quarta nota no acorde padrão, irá mudar a nomeclatura de tríade para
tétrade deixando o acorde mais aprimorado e dando diferentes tonalidades na
música nos momentos que se pede tais notas. Abaixo estão as tabelas com exemplo
das formações de tríades e tétrades:
Tríades
|
|
Cifra
|
Descrição
|
G
|
Tríade maior
(Sol, Si, Ré)
|
Gm
|
Tríade menor
(Sol, Si b, Ré)
|
G°
ou Gdim
|
Tríade diminuta
(Sol, Si b, Ré b)
|
G+
ou Gaum
|
Tríade aumentada
(Sol, Si, Ré#)
|
Tétrades
|
|
Cifra
|
Descrição
|
G7
|
acorde com
sétima ou sétima dominante(Sol, Si, Ré, Fá)
|
G7M
ou Gmaj7
|
acorde com
sétima maior (Sol, Si, Ré, Fá#)
|
Gm7
ou G-7
|
acorde menor com
sétima (Sol, Si b, Ré, Fá)
|
Gm7(b5)
|
acorde menor com
sétima e quinta diminuta(Sol, Si b, Ré b, Fá)
|
G7°,
G7dim ou Gº
|
acorde com
sétima diminuta (Sol, Si b, Ré b, Fá b)
|
G7(b5)
|
acorde com
sétima e quinta diminuta (Sol, Si, Ré b, Fá)
|
G7(#5)
|
acorde com
sétima e quinta aumentada (Sol, Si, Ré#, Fá)
|
G7M(#5)
|
acorde com
sétima maior e quinta aumentada (Sol, Si, Ré#, Fá#)
|
Gm(7M)
|
acorde menor com
sétima maior (Sol, Si b, Ré, Fá#)
|
G6
|
acorde de sexta
(Sol, Si, Ré, Mi)
|
Gm6
|
acorde menor com
sexta(Sol, Si b, Ré, Mi)
|
Inversão do acorde
Além
das formas indicadas nas tabelas acima, é possível indicar acordes em que a
sequência das notas é invertida e uma das notas mais agudas é usada como baixo.
Para indicar a inversão, utiliza-se a mesma notação acima, indicando qual das
notas deve ser o baixo do acorde, separada por uma barra. A primeira
inversão é obtida movendo a nota fundamental oitava acima, passando a segunda
nota a ser o baixo. A segunda inversão é realizada, movendo o baixo da primeira
inversão oitava acima.
Por
exemplo, se o acorde de Sol maior - G (Sol, Si, Ré) for invertido uma vez,
teremos G/B (Si, Ré, Sol oitava acima). Na segunda inversão o acorde é G/D (Ré,
Sol oitava acima, Si oitava acima). A terceira inversão não é indicada pois é
igual ao acorde original, apenas todas as notas são tocadas uma oitava acima. A
inversão de qualquer acorde pode ser indicada da mesma forma, bastando indicar
o acorde original e a nota que será a mais baixa na inversão - por exemplo um acorde
com sétima G7 (tétrade) em sua segunda inversão seria G7/D (Ré, Fá, Sol oitava
acima, Si oitava acima).
Resumindo - Podemos utilizar a
inversão dos acordes simplesmente trocando as notas do acorde da posição
padrão, facilitando a execução da nota ou até mesmo modificando o timbre gerado
pelo acorde.
Tipos de Escalas
Escalas modernas, que na cultura
ocidental são as mais utilizadas:
Escala cromática
Escala Maior
Escala menor
Escala pentatônica ou chinesa
Sendo que a Escala menor se divide em
3 :
Escala Menor Natural ou Primitiva
Escala Menor Harmônica
Escala Menor Melódica
Outras escalas são, entre outras:
Escalas gregas ou modos gregos, também chamados modos
litúrgicos ou modos eclesiásticos, como dórico, frígio e lídio.
Escala cigana
Escala hexafônica ou Escala de tons inteiros
Escala árabe, uma escala de 17 notas com passos menores
do que um semitom
Outras escalas exóticas
Outra maneira de sistematizar as
escalas são a separação em:
Escalas diatônicas com 5 tons e dois semitons (como as
escalas maiores, menores, ciganas e modos gregos)
Escalas artificiais (como a cromática com 12 semitons)
Escalas exóticas de outras culturas
Campo Harmônico.
Chamamos
campo harmônico, a escala feita a partir de suas respectivas notas que serão
chamadas de tônicas e acidentes tonais como tons e semi tons, porém não
trabalharemos apenas com as notas propriamente ditas mas seus acordes formados
e com suas cifras e simbologias.
Como formar um campo
harmônico
Para
cada nota dessa escala, iremos montar um acorde. Vamos ter, portanto, sete
acordes, que serão os acordes do campo harmônico de dó maior.
Como faremos isso?
Para cada nota da escala, o acorde
respectivo será formado utilizando o primeiro, o terceiro e o quinto graus
(contados a partir dessa nota, em cima dessa mesma escala). Vamos começar com a
nota C. O primeiro grau é o próprio C. O terceiro grau, contando a partir de C,
é E. O quinto grau, contando a partir de C, é G.
No campo harmônico maior, que é o mais
utilizado e de fácil compreensão, utiliza-se apenas 3 acordes maiores em sua
estrutura, e podemos representá-los por graus que sendo transcrito em outras
tonalidades terão o mesmo efeito. São os graus: Iº M, IVº M e Vº M.
Abaixo tem uma tabela completa dos
campos harmônicos com suas variações:
Tabela dos Campos Harmônicos Maiores
Naturais
Fórmula
|
I M
|
II m
|
III m
|
IV M
|
V M
|
VI m
|
VII m(5b)
|
Sétimas
|
7M
|
7
|
7
|
7M
|
7
|
7
|
7
|
Tom
C – Am
|
C
|
Dm
|
Em
|
F
|
G
|
Am
|
Bm(5b)
|
Tom
C# - A#m
|
C#
|
D#m
|
Fm
|
F#
|
G#
|
A#m
|
Cm(5b)
|
Tom
D – Bm
|
D
|
Em
|
F#m
|
G
|
A
|
Bm
|
C#m(5b)
|
Tom
D# - Cm
|
D#
|
Fm
|
Gm
|
G#
|
A#
|
Cm
|
Dm(5b)
|
Tom
E - C#m
|
E
|
F#m
|
G#m
|
A
|
B
|
C#m
|
D#m(5b)
|
Tom
F – Dm
|
F
|
Gm
|
Am
|
A#
|
C
|
Dm
|
Em(5b)
|
Tom
F# - D#m
|
F#
|
G#m
|
A#m
|
B
|
C#
|
D#m
|
Fm(5b)
|
Tom
G – Em
|
G
|
Am
|
Bm
|
C
|
D
|
Em
|
F#m(5b)
|
Tom
G# - Fm
|
G#
|
A#m
|
Cm
|
C#
|
D#
|
Fm
|
Gm(5b)
|
Tom
A - F#m
|
A
|
Bm
|
C#m
|
D
|
E
|
F#m
|
G#m(5b)
|
Tom
A# - Gm
|
A#
|
Cm
|
Dm
|
D#
|
F
|
Gm
|
Am(5b)
|
Tom
B - G#m
|
B
|
C#m
|
D#m
|
E
|
F#
|
G#m
|
A#m(5b)
|
Tabela dos Campos Harmônicos Menores
Harmônicos
Fórmula
|
I m
|
II m(5b)
|
III M(5#)
|
IV m
|
V M
|
VI M
|
VII m(5b)
|
Sétimas
|
7M
|
7
|
7M
|
7
|
7
|
7M
|
b7
|
Tom
Am
|
Am
|
Bm(5b)
|
C(5#)
|
Dm
|
E
|
F
|
G#m(5b)
|
Tom
A#m
|
A#m
|
Cm(5b)
|
C#(5#)
|
D#m
|
F
|
F#
|
Am(5b)
|
Tom
Bm
|
Bm
|
C#m(5b)
|
D(5#)
|
Em
|
F#
|
G
|
A#m(5b)
|
Tom
Cm
|
Cm
|
Dm(5b)
|
D#(5#)
|
Fm
|
G
|
G#
|
Bm(5b)
|
Tom
C#m
|
C#m
|
D#m(5b)
|
E(5#)
|
F#m
|
G#
|
A
|
Cm(5b)
|
Tom
Dm
|
Dm
|
Em(5b)
|
F(5#)
|
Gm
|
A
|
A#
|
C#m(5b))
|
Tom
D#m
|
D#m
|
Fm(5b)
|
F#(5#)
|
G#m
|
A#
|
B
|
Dm(5b)
|
Tom
Em
|
Em
|
F#m(5b)
|
G(5#)
|
Am
|
B
|
C
|
D#m(5b)
|
Tom
Fm
|
Fm
|
Gm(5b)
|
G#(5#)
|
A#m
|
C
|
C#
|
Em(5b)
|
Tom
F#m
|
F#m
|
G#m(5b)
|
A(5#)
|
Bm
|
C#
|
D
|
Fm(5b)
|
Tom
Gm
|
Gm
|
Am(5b)
|
A#(5#)
|
Cm
|
D
|
D#
|
F#m(5b)
|
Tom
G#m
|
G#m
|
A#m(5b)
|
B(5#)
|
C#m
|
D#
|
E
|
Gm(5b)
|
Tabela dos Campos Harmônicos Menores
Melódicos
Fórmula
|
I m
|
II m
|
III M (5#)
|
IV M
|
V M
|
VI m(b5)
|
VII m(5b)
|
Sétimas
|
7M
|
7
|
7M
|
7
|
7
|
7
|
7
|
Tom Am
|
Am
|
Bm
|
C(5#)
|
D
|
E
|
F#
|
G#m(5b)
|
Tom
A#m
|
A#m
|
Cm
|
C#(5#)
|
D#
|
F
|
G
|
Am(5b)
|
Tom Bm
|
Bm
|
C#m
|
D(5#)
|
E
|
F#
|
G#
|
A#m(5b)
|
Tom Cm
|
Cm
|
Dm
|
D#(5#)
|
F
|
G
|
A
|
Bm(5b)
|
Tom
C#m
|
C#m
|
D#m
|
E(5#)
|
F#
|
G#
|
A#
|
Cm(5b)
|
Tom Dm
|
Dm
|
Em
|
F(5#)
|
G
|
A
|
B
|
C#m(5b)
|
Tom
D#m
|
D#m
|
Fm
|
F#(5#)
|
G#
|
A#
|
C
|
Dm(5b)
|
Tom Em
|
Em
|
F#m
|
G(5#)
|
A
|
B
|
C#
|
D#m(5b)
|
Tom Fm
|
Fm
|
Gm
|
G#(5#)
|
A#
|
C
|
D
|
Em(5b)
|
Tom
F#m
|
F#m
|
G#m
|
A(5#)
|
B
|
C#
|
D#
|
Fm(5b)
|
Tom Gm
|
Gm
|
Am
|
A#(5#)
|
C
|
D
|
E
|
F#m(5b)
|
Tom
G#m
|
G#m
|
A#m
|
B(5#)
|
C#
|
D#
|
F
|
Gm(5b)
|
Acorde
de empréstimo modal
Como o próprio nome diz, Acorde de
Empréstimo Modal (AEM) é um acorde emprestado de outro modo. Esse modo
pode ser um modo grego ou o modo homônimo.
Na
maior parte das vezes, os AEM são provenientes do modo homônimo. Por esse
motivo, muitos autores classificam AEM como somente empréstimo do modo
homônimo. Nossa definição aqui, porém, vai ser mais abrangente que isso.
Antes de continuarmos, vamos citar um
exemplo de acorde de empréstimo modal: digamos que uma música está na
tonalidade de Dó maior. Se, em algum instante da música, aparecer o acorde
Eb7M, nós rapidamente identificamos que ele não faz parte do campo
harmônico de Dó maior e sim do campo harmônico de Dó menor. Como Dó menor
é o homônimo de Dó maior, concluímos que Eb7M é um AEM do modo homônimo. Os
acordes de empréstimo modal são acordes passageiros; eles surgem na música de
repente e, logo em seguida, a música já retoma a sua harmonia tonal
novamente. É raro aparecer um AEM acompanhado de uma cadência, pois, nesse
caso, estaríamos caracterizando uma modulação.
Repare na diferença: as modulações são
pequenas transições de tonalidade. Os acordes de empréstimo modal não
constituem uma mudança de tonalidade, eles são apenas acordes emprestados
e passageiros. Entendido essa diferença, podemos prosseguir.
Opções de acordes de empréstimo modal
Considerando
todos os modos, existem muitas opções de AEM para se utilizar nas músicas.
Do ponto de vista de notas de extensão, é muito comum substituir, no modo homônimo, os graus Im7 e IVm7 por Im6 e IVm6, respectivamente, devido à sonoridade agradável produzida.
Do ponto de vista de notas de extensão, é muito comum substituir, no modo homônimo, os graus Im7 e IVm7 por Im6 e IVm6, respectivamente, devido à sonoridade agradável produzida.
É preciso ter atenção também com o
acorde Vm7, pois, em alguns casos, ele não é AEM e sim segundo cadencial,
proporcionando uma modulação para o quarto grau. Exemplo: Gm7 – C7 – F.
Muito bem, você já deve ter percebido
que são muitos detalhes, então você precisa trabalhar em cada um deles com
calma.
Agora que o conceito de empréstimo
modal já está bem sólido, vamos treinar um pouco a improvisação em
cima desses acordes. Depois, vamos analisar algumas músicas que contém AEM para
você acreditar que isso realmente existe e é utilizado!
Como
improvisar sobre acordes de empréstimo modal
Improvisar em cima dos AEM é simples,
basta identificar de onde veio o empréstimo modal e tocar a escala desse
modo em cima do acorde. Na teoria é fácil, mas na prática você deve estar
imaginando que é difícil, pois precisamos identificar com muita velocidade qual
foi o modo emprestado para saber qual tonalidade ou escala utilizar. Realmente
isso é verdade. Por isso que é útil saber quais são os AEM mais utilizados,
pois assim você pode decorar esses graus e saber automaticamente o que utilizar
nessas situações. Tudo isso vai ajudar a diminuir suas surpresas na hora do
improviso e aumentar sua bagagem musical. Quanto mais prática e experiência,
mais rápido seu reflexo vai ficar.
Vamos
começar então trabalhando improvisação em cima de algumas bases do Guitar Pro.
Todas elas estão na tonalidade de Dó maior e contêm AEM:
1)
| C7M | Fm7 Bb7 | C7M |
No Segundo compasso desse
arquivo, podemos usar a escala de Cm, já que Fm7 e Bb7 pertencem ao tom
homônimo Cm. Outra opção seria utilizar os recursos que já estudamos para as
cadências de II – V, com toda aquela abordagem possível para o dominante,
pois Fm7 – Bb7 é uma cadência II-V com resolução deceptiva. Claro que o
fato de ser resolução deceptiva requer cautela no retorno do solo para a
tonalidade original.
2)
| C7M | Dm7 Db7M | C7M |
Aqui nessa base temos, no final do
segundo compasso, o acorde Db7M, que é um acorde empresado do modo frígio.
Em outras palavras, Db7M é um acorde que existe na tonalidade de Ab maior (ele
é IV grau de Ab), onde Dó é terceiro grau (IIIm7) de Ab. Então, podemos
utilizar nesse momento a escala de Ab, sua relativa Fm ou, é claro, Dó frígio.
Ou ainda, Db lídio, já que ele é IV grau de Ab. Tudo isso é, no fundo, a
mesma coisa.
3)
| C7M | Abmaj7 Db7| C7M |
Na primeira metade do segundo compasso,
podemos utilizar a escala de Cm, pois Abmaj7 é um AEM do modo homônimo, IV grau
de Cm. Na segunda metade, podemos utilizar Ab menor melódica, que é a
escala menor melódica uma quinta acima de Db7. Obs: Este acorde está atuando
como subV7 de G7.
4)
| C7M Bb7 | Abmaj7 G7 | C7M |
Aqui, no primeiro compasso, já aparece
um AEM (do modo homônimo). Em cima dele podemos utilizar a escala de Cm ou Si
bemol mixo lídio, pois Bb7 é o quinto grau de Eb (relativa de Cm). Podemos
continuar em cima da escala de Cm no segundo compasso devido ao Abmaj7 (que
também pertence ao campo de Cm) e, quando vier o acorde G7, podemos tocar a
escala de Dó menor harmônica, como se ainda fossemos continuar no modo de
Dó menor. Essa é uma ideia bem interessante para essa progressão.
5)
| C7M | Fmaj7 Fm6 | C7M |
No segundo compasso dessa progressão, em
cima do Fm6 (IVm6), que é um AEM do modo homônimo, podemos utilizar a escala de
Fá menor melódica. Se você quiser entender o porquê disso, leia o artigo
“Quarto grau menor (IVm6)”.
Além
de toda essa abordagem que mostramos, os acordes de empréstimo modal podem
também ser precedidos por um dominante. Por exemplo, nos exercícios anteriores,
Ab7M poderia ser antecedido por Eb7 em alguma progressão. Nesse caso, Eb7 não
seria um acorde de empréstimo modal, e sim um dominante auxiliar. Agora,
cuidado ao querer acrescentar também o segundo cadencial nessa progressão, para
tentar formar um II – V – I, pois com essa estrutura já estamos partindo para o
lado da modulação e saindo do mundo do empréstimo modal.
Não se esqueça do que falamos lá no
início: AEM são acordes que aparecem como intrusos, eles não tem o objetivo de
mudar a tonalidade da música, apenas aparecem como efeito surpresa para marcar
alguma peculiaridade na melodia.
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